Madeira
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A Ilha da Madeira, descoberta em 1419 e pertencente a Portugal, fica a 600 km da costa africana. Esta é uma ilha com nome de vinho. E este é um vinho, com nome de ilha.
Aqui, a cultura da vinha é indissociável da paisagem. Em colinas divididas em degraus, os vinhedos da Ilha da Madeira encontram solos de origem vulcânica, proximidade do mar, verões quentes e úmidos, com invernos amenos.
No total, há 20 castas autorizadas pela regulamentação vitivinícola da região, para a produção do vinho Madeira. Contudo, as mais utilizadas são a Tinta Negra, e as brancas Sercial, Verdelho, Boal e Malvasia.
O envelhecimento do vinho Madeira utiliza o calor, e pode acontecer por meio de 2 processos distintos:
A estufagem é o processo de envelhecimento que acontece em estufas de aço inox, onde um sistema de serpentinas faz circular água quente, mantendo a temperatura entre 45 e 50°C, por pelo menos 3 meses, com um mínimo de outros 3 meses em temperatura ambiente.
O canteiro é um processo de envelhecimento oxidativo, onde o vinho estagia em barricas de carvalho que ficam em suportes de madeira, suspensas em alturas mais elevadas dos armazéns, onde as temperaturas são mais altas, pelo período mínimo de 2 anos.
Em relação ao grau doçura, os vinhos Madeira dividem-se da seguinte forma:
extrasseco, com menos de 49,1 g/L de açúcar residual
seco, com açúcar residual entre 49,1 e 64,8 g/L
meiosseco, com açúcar entre 64,8 e 80,4 g/L
meio-doce, com concentração de açúcar entre 80,4 e 96,1 g/L
doce, com açúcar residual superior a 96,1 g/L
Já em relação à cor, esse vinho pode também variar bastante, sendo muito pálido, pálido, dourado, meio escuro, ou escuro. A palidez e a cor palha indicam juventude, e a profundidade e a cor âmbar indicam influência da madeira.
No buquê do vinho Madeira, encontramos compostos aromáticos associados a pinho, eucalipto, chocolate, casca de laranja, café, tabaco, coco, caramelo, mel, açúcar queimado, carvalho, pimenta, baunilha, noz-moscada e canela.
Os vinhos mais novos devem ser servidos à temperatura entre 13 e 14°C, enquanto os mais velhos, devido à complexidade, serão ainda mais interessantes à temperatura entre 15 e 16°C.
Sugestão de harmonização? Um vinho Madeira meiosseco, com sopa de cebola, em uma noite fria. Não há vida mais feliz que essa...
Ah, se você está entre os que consideram esse um vinho fora de moda, saiba que, somente em 2013, foram comercializados 3,2 milhões de litros dessa maravilha, 80% do total disso, na Europa.
Se quiser viver uma experiência realmente incrível com o Madeira, procure, no rótulo, pelo termo Colheita, que indica uma safra de excelente qualidade, com direito à indicação do respectivo ano, e envelhecido ao menos por 5 anos antes do engarrafamento.
Já o termo Frasqueira, também associado ao ano da safra, indica um produto obtido das castas nobres tradicionais, envelhecido por pelo menos 20 anos antes do engarramento, e de qualidade distinta.
E, que tal um comparativo entre o Madeira e o Porto, os dois célebres vinhos fortificados portugueses? Para ler, clique aqui.
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